quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Economia Solidária - População tem acesso a microcrédito estadual por meio de bancos comunitários


Moradores de bairros de baixa renda, que contam com bancos comunitários, podem ter acesso facilitado ao microcrédito produtivo. O financiamento, no valor de até mil reais, pode ser pago em até 24 meses, com juros de 1% ao mês. Além disso, o cliente tem até seis meses para começar a pagar.
O programa, denominado Creditar, é voltado para comunidades com vulnerabilidade social, caracterizadas pela exclusão financeira e bancária. A intermediação é feita por meio do comitê de crédito do banco comunitário existente no bairro, que tem o objetivo de fomentar a criação de redes locais de produção e consumo, e apoiar iniciativas de economia solidária, como empreendimentos de prestação de serviços e apoio à comercialização.
No evento que marcou a apresentação do Creditar, na manhã desta quinta-feira (15), no Palácio Anchieta, o governador Renato Casagrande destacou que todos os microempreendedores capixabas encontram, nas instituições financeiras ligadas à administração estadual, todo o apoio para realizar os seus investimentos. “A nossa determinação é de que o microempreendedor possa qualificar ou iniciar um novo negócio sem muita burocracia e com total suporte do Governo do Estado. O Espírito Santo cresceu acima da média nacional e vamos fazer os frutos deste desenvolvimento chegar aos capixabas que mais necessitam, em todas as regiões”, afirmou.
Para o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Coelho, os investimentos e a organização das políticas de inclusão produtiva corroboram os bons resultados obtidos no primeiro ano de Governo. "Hoje é um dia de especial alegria, já que a decisão de transferência da política da economia solidária para Aderes representará maior agilidade na execução dos serviços beneficiando e aumentando o número de oportunidades no Espirito Santo. Chegamos ao final desse ano com números robustos. No artesanato, por exemplo, foram 10 mil peças comercializadas totalizando um valor de R$ 790 mil demonstrando o investimento do Estado na inclusão produtiva", afirmou.
De acordo com Guerino Balestrassi, diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), um dos parceiros do programa, o objetivo do Creditar é promover o acesso ao empreendedor informal. “O programa é voltado a trabalhadores excluídos do sistema de crédito tradicional. Além do crédito, concedemos capacitação, gerando oportunidade para que eles aumentem a própria renda, incrementem o poder de compra e, enfim, melhorem a condição de vida”, explica.
O piloto do programa foi iniciado há menos de quatro meses. Desde então, 70 operações foram aprovadas, totalizando mais de R$ 71 mil em crédito para moradores das três localidades. “Destaco o Banco Terra, de Vila Velha, que só até o dia 14 deste mês de dezembro já tinha aprovado 16 contratos”, comemora Guerino.
A proposta do Creditar tem metodologia espelhada nos moldes do Nossocrédito, o programa de microcrédito do Governo do Estado. “O Nossocrédito é um sucesso há oito anos. Mas, vimos a necessidade de criar um programa específico para esse segmento mais vulnerável”, explica Everaldo Colodetti, diretor de Crédito e Fomento do Bandes.
O financiamento pode ser usado para investimento voltado para atividades produtivas. Entre as novidades apresentadas na nova linha de crédito está a não exigência de um avalista para obter o crédito.
O diretor-presidente da Aderes, Pedro Rigo, afirma que a política de fortalecimento da economia solidária é uma determinação de Governo. "As ações na área da economia solidária fazem parte da estratégia de desenvolvimento sustentável da gestão estadual", destaca.
O prefeito de Vitória, João Coser conclui: "os municípios têm um papel importante no âmbito da economia solidária. Nosso desafio é ampliar os espaços para a comercialização dos produtos dessa atividade e incentivar nossa população a consumir", disse o prefeito de Vitória João Coser.
Creditar irá beneficiar 300 mil habitantes
Com o programa, cerca de 300 mil moradores de 70 bairros mais carentes da Grande Vitória poderão ter acesso facilitado aos financiamentos no valor de até R$ 1 mil. Representantes de cinco bancos comunitários da Grande Vitória participaram do Programa de Formação de Agentes de Crédito (Profac), promovido pelo Bandes, para atuarem no programa.
Inicialmente, participam do Creditar o Banco Bem, de Vitória; o Banco Verde Vida e o Banco Terra, de Vila Velha; e o Banco Sol, de Cariacica. Breve, deve haver um novo banco comunitário no município da Serra.
Para o agente de crédito Itamarcos Coutinho, atuante no Banco Terra, em Terra Vermelha, os maiores desafios para ajudar a comunidade a crescer junto com os bancos comunitários estavam na escassez de recursos. “Mas, com essa parceria, há novos recursos. Nosso trabalho é estar próximo das pessoas mais marginalizadas e chegar aonde os bancos convencionais não chegam”, ressalta.
O programa, que faz parte das ações de redução à pobreza do Governo do Estado, é uma ação em parceria entre o Bandes, Banestes, Sebrae/ES e a Agência de Desenvolvimento em Rede do Espírito Santo (Aderes), além dos Bancos Comunitários. O evento ocorreu às 8 horas, no Salão São Tiago, Palácio Anchieta. O Creditar começou como um piloto, e a ideia é estender para todo o Estado posteriormente.



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